08/11/2008


Os Amores de D. Pedro e D. Inês


D. Pedro e Dona Constança receberam a benção do casamento na Sé de Lisboa, em 1336.

Viera de Castela, na companhia da princesa, uma linda moça, dama de honor, que se chamava Inês. Era uma donzela de linhagem fidalga, filha natural de D. Pedro de Castro, nobre guerreiro da Galiza, e bisneta do rei D. Sancho IV de Castela.


A formosura de Inês atraiu D. Pedro. A convivência com tão bela mulher em pouco tempo ateou o coração do Infante o amor e a paixão que não podia disfarçar.

A senhora D. Constança não vivia tranquila em seus paços, por causa de saber como D. Pedro cortejava a Dona Inês de Castro. Tinha pensado, no entanto, que o próximo nascimento de um filho viria chamar o pai à recta razão de marido fiel que precisava de ser para viver um matrimónio feliz.



Quando a princesa teve o primeiro filho, em 1342, o infante que houve o nome de Luís, foi grande o contentamento na Corte e até o povo festejou o acontecimento.A Dona Constança lembrou-se, então, de usar a astúcia para afastar a Inês do esposo: convidou-a para madrinha do recém-nascido.


A saúde precária da senhora Dona Constança e os desgostos de uma vida amargurada não iriam permitir-lhe durar muito.O infante D. Luís, pouco tempo depois de nascer, falecera. O segundo filho a quem dera o nome de Fernando, fora amamentado e era criado por uma ama de confiança.





A Dona Constança morreu de parto, logo a seguir ao nascimento da filha Maria, em 1345.Nem o físico nem o astrólogo da Corte haviam conseguido salvar a vida da princesa.
Ninguém podia suster a força do amor que unia, de modo irresistível, o Príncipe à mulher de sua paixão. Era, de facto, tão ardente e tão profundo o sentimento do casal enamorado que D. Pedro, contra ordem de seu pai, mandou vir Dona Inês para Coimbra.


Ali nasceram seus filhos: o primeiro chamou-se Afonso, o nome do avô, mas morreu criança de tenra idade; os outros, dois meninos ( João e Dinis ) e uma menina ( Beatriz ), cresceram com saudável robustez física, rodeados de carinho e ternura dos pais, como flores de esperança no vale que se abria ar puro do céu azul.


Os primeiros tempos do ano de 1355 iam testemunhar uma tragédia de sangue. O príncipe D. Pedro nem presumia o que estava para acontecer quando se despediu da sua querida Inês e seus filhos para iniciar a caça de montaria pelos montes e florestas da Beira


Por aqueles dias, D. Afonso IV subiu a Montemor-o-Velho com o seu séquito e ali reuniu os seus conselheiros de Estado, Diogo Lopes Pacheco, Álvaro Gonçalves e Pero Coelho, para tomar uma decisão sobre o destino da vida de Inês de Castro. Os argumentos que ouviu não o convenceram mas conseguiram, de facto, que a hesitação vencesse finalmente e entregasse a sorte da amante de D. Pedro nas mãos dos que a queriam ver morta.

No dia 7 de Janeiro, ao cair da noite, Inês de Castro foi surpreendida pela chegada dos reis e dos conselheiros. Não houve lágrimas nem gemidos de crianças inocentes que impedissem a execução da vítima.


O senhor D. Pedro resolveu fazer a homenagem merecida a Dona Inês, rainha de Portugal. Ordenou então, a transladação dos restos mortais de Coimbra para o túmulo de Alcobaça.

No transepto da igreja de Alcobaça, D. Pedro disse o último adeus à esposa. Nunca houvera paixão assim! Até nasceu a lenda de que o rei se desvairou a ponto de fazer coroar Inês, depois de morta, e obrigar a nobreza a beijar-lhe a mão de rainha.






07/11/2008